S U I Ç A, Queijo & Chocolate
- Mariana Trigo
- 18 de nov. de 2018
- 5 min de leitura

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A viagem à Suíça surgiu da hipótese de visitar amigos que por lá estão a trabalhar há uns anos. Em apenas 4 dias conseguimos ver das maiores cidades, às aldeias mais recatadas. É um contraste engraçado para visitar, dentro da Europa. Foge às capitais europeias que começam a ser tão semelhantes.
A Suíça é um país extremamente verde. Em pleno Inverno, passa a branco. Tem planícies a perder de vista decoradas com vacas aqui e ali, cilindros altíssimos para reservar o leite e muitas, muitas, montanhas altíssimas onde se encontram as melhores estâncias de ski do mundo.
Gastos: € 450,00 (voos, transporte, refeições)
Alojamento: casa de amigos, uhuh!
Rent a car: € 200,00 - Budget rent a car
Roteiro: todos os pontos por onde passei aqui
> BERNA & LUCERNA
Para capital, Berna é uma cidade bastante pequena, diria até mais semelhante a uma Vila. A cidade vê-se bem a pé e tem um miradouro lindíssimo, logo atrás do Parlamento.
Aqui, subimos à torre mais alta da Suíça, mais de 300 degraus.

Como as refeições no país são bastante caras, optamos por ir buscar comida a um take away e sentarmo-nos no miradouro a almoçar. Foi uma excelente opção, muitos locais fazem o mesmo. Estava um dia de sol magnífico.

Seguimos então para Lucerna depois de almoço. Fiquei maravilhada com a cidade, que rodeia um lago enorme.
De um lado encontramos a ponte de madeira (Kapellbrücke), que conecta as margens do lago, passando por uma torre. Toda florida, recheada de pessoas a passear por ali. Perdi a conta ao número de fotografias que tirei, mesmo com o céu bastante nublado. É uma das imagens mais bonitas que vou guardar da Suíça.

Junto ao lago há diversos cafés e restaurantes, decorados com aquelas luzes que dão um aspecto aconchegante e romântico a qualquer estabelecimento.
Deste lado do lago vê-se ainda uma igreja antiga e uma outra ponte de ferro.
Atravessando a ponte principal onde passam os carros, chegamos ao outro lado do lago.
Na rua há artistas a tocar diversos instrumentos, gelatarias improvisadas e uma panóplia de ofertas entre gelados, waffles, crepes, para todos os gostos.
Da margem do lago vêem-se as montanhas recheadas de neve. Está frio, mas os cisnes que enchem as águas deslocam-se rápido até nós na procura de mais um pedaço de pão. É proibido alimentá-los, mas a quantidade de turistas, essencialmente chineses, cede à tentação.

> MONTREAUX
Montreaux é famosa pela passagem de Freddy Mercury e é uma cidade que vale a pena visitar. Mais uma vez com uma paisagem magnífica ao longo de todo o lago.

O Montreaux Palace, hoje um hotel, estende-se pela rua principal e tem uns jardins bonitos, a visitar (gratuito).
Aqui visitamos o Chateaux du Chillon, que aconselho mesmo a entrar. O castelo é enorme e tem um livro de apoio que explica tudo, gratuito com o bilhete de entrada.
Podem ver desde as masmorras onde estavam os presos, às cozinhas com lareiras que ocupam toda uma parede, até às antigas casas de banho que desaguavam no rio. O sítio está muito bem cuidado e a visita é muito interessante. É outro ponto de fotografia magnífico.


> LEYSIN
Para subirmos até ao topo do monte Leysin, onde se situa o teleférico, passamos por desafios de nevoeiro. Cá em baixo víamos o céu nublado e, quando começamos a subir, entramos numa nuvem que nos deixou com pouca visibilidade. Subindo mais um pouco, o céu abriu novamente e demos por nós entre camadas de nuvens.

O teleférico estava encerrado devido ao mau tempo, pelo que apenas tivemos oportunidade de passear por alguns caminhos por ali.

Na época da neve (a iniciar em janeiro) deve ser uma bela estância de Ski.
Quando começamos a descer estava menos nevoeiro, conseguimos ver a imensidão de vinhas plantadas ao longo do terreno.
Por momentos, fez lembrar o nosso Douro Vinhateiro.
> THERMES PARC
Queríamos muito experimentar as termas da Suíça. Optamos por umas perto de Leysin e com um preço acessível (25 francos por pessoa sem limite de horas).
Os balneários são mistos e muito bem organizados, com compartimentos individuais para trocar de roupa. Nas piscinas, temos diversas opções. A piscina maior, interior, é de água morna. Uma espécie de rio faz a ligação com a piscina exterior, de água quente, em que vemos imenso vapor devido à diferença de temperatura.

Mais à frente, ainda no exterior, existe outra piscina aquecida com jacuzzi. Para nos deslocarmos entre uma e outra podemos ir a pé, a sentir os pés congelados. Ou, pelo rio, de água fria. Experimentamos as duas opções e fartamo-nos de rir com os gritos de frio que íamos dando. A sensação de entrar na água quente de novo vale muito a pena o sacrifício.
> LE CHALET SUISSE
Como ávidos viajantes, não quisemos deixar de provar os pratos mais típicos da Suíça. Sexa-feira à noite foi hora de provar o Fondue de Queijo. Pedimos o moiteaux-moiteaux (metade-metade), ou seja, mistura de dois queijos.
Para molhar no queijo usa-se pão ou batatas cozidas.
Comi, comi, comi, comi. E fiquei com uma dor de barriga enorme, mas valeu a pena!

> MAISON CAILLER & GRUYÉRE
No dia seguinte, já recuperada do fondue, fomos até à Fábrica Cailler, onde são feitos os chocolates Cailler e onde são também os escritórios da Nestlé, na Suíça.
A visita à fábrica é engraçada, explicam de onde vem cada ingrediente, as tipologias, o modo de fazer cada chocolate. E, é possível provar isto tudo no final, uma delícia!
A loja de recordações é uma autêntica chocolataria.

Seguimos então até Gruyére, uma aldeia conservada no tempo, muito pitoresca, dentro de muralhas. Esta zona é muito famosa pelo queijo Gruyére, também usado no fondue.

Dentro da aldeia encontram-se vários cafés e restaurantes com um estilo romântico, tipo chalet da montanha. Há um em especial, o Aliens Bar, em que todo o bar é decorado com temas alienígenas, inclusivé o tecto que parece feito de ossos.

No final do dia fomos visitar Lausanne, uma cidade recheada de portugueses. Como nacionalistas, jantamos em casa de amigos de amigos, portugueses.
A vida nocturna em Lausanne é animada, recheada de bares e algumas discotecas. Surpreendeu-me pela positiva. Tinha uma ideia muito mais caseira das gentes da Suíça. Penso que o país já acolhe muitos estrangeiros, estudantes e trabalhadores, que conferem um ambiente mais global.
Visitamos o país na altura do Halloween e não faltava decoração ou mascarados.

> GENÉVE
Aproveitamos o último dia para visitar Genéve e no final irmos para o aeroporto.
A cidade assemelha-se muito a uma cidade comum da Europa. Estradas, carros, lojas, restauração. Tem alguns edifícios bonitos e o lago Leman.
Fizemos uma rápida visita ao Cern e terminamos o dia no Promenade des Bastions, um jardim enorme que tinha um espectáculo de luzes e onde se podia jogar xadrez ao ar livre. Não me escapei de fazer um jogo!
A Suíça surpreendeu-me pela positiva.
Tudo é muito organizado, as pessoas são simpáticas e, ao contrário do que tinha em mente, divertem-se muito!
A situação especial de visitar amigos que por lá vivem tornou a viagem ainda mais interessante porque podemos conhecer o dia a dia dos locais.
Um dos pontos que mais me surpreendeu foi o aquecimento das casas. Toda a casa tem piso radiante e, quando a temperatura lá fora baixo dos 10ºC, o aquecimento nas casas liga automaticamente. Qualquer casa, loja, restaurante, é extremamente quente (~20ºC), o que faz com que seja necessário terem sempre roupa fresca por baixo do casaco de penas.
Fica mais um destino a regressar, para conhecer a sua beleza branca durante o Inverno e desfrutar de um mergulho nos grandes lagos durante o Verão.
Abraços,
Mariana Trigo
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