Viajar S O Z I N H A
- Mariana Trigo
- 10 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Este artigo é fruto da minha experiência pessoal como solo traveller.
Não pretendo aqui salientar as dificuldades de viajar como Mulher, pretendo sim partilhar o dia a dia de uma pessoa que deixa a sua zona de conforto para se deslocar até um local desconhecido.
A ignorância é dos maiores provocadores de medo.
Quando não conhecemos a língua, não conseguimos comunicar.
Quando não conhecemos os caminhos, não conseguimos voltar a casa.
Quando não conhecemos as gentes, não sabemos o que será de nós.
Este medo é a minha maior adrenalina durante o tempo que passo a viajar.
Quando estou sozinha, esta sensação é só minha, bem como a decisão de para onde vou, com quem e como.
A minha intuição apura, os meus sentidos despertam e sinto que a minha mente funciona finalmente a 80% do seu potencial. Estou atenta a tudo o que é potencialmente perigoso, ao mesmo tempo que consigo focar-me num enorme detalhe com uma energia que desconhecia até então.
É difícil recordar os meus receios antes de partir sozinha para a Ásia pela primeira vez. Agora parece tudo tão simples.
Nunca me senti sozinha, há sempre tantas pessoas a conhecer.
No início é desconfortável puxar conversa mas rapidamente se torna natural.
Conhecer as histórias das pessoas é dos temas que mais gosto. Ajudam-me a construir a minha também, a relembrar o que tem valor e a desconstruir objetivos mais materialistas que o contexto confortável em que vivemos nos leva a admirar.
Senti-me em perigo algumas vezes. Penso que seguindo a nossa intuição a probabilidade de algo correr mal, é mínima.
Olhando para trás hoje, foram vários os momentos em que parei e apenas pensei "Não há nada que não esteja bem neste momento. Não tenho mais nenhum foco ou preocupação que não eu mesma." Talvez soe um pouco egoísta, mas é mesmo assim.
Afinal de contas, chegamos ao mundo sozinhos e lutamos a vida inteira para estarmos acompanhados. Será que podemos valorizar mais a nossa própria companhia, para que os outros o façam também?
Abraços,
Mariana Trigo

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