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How to Travel | India

  • Mariana Trigo
  • 9 de abr. de 2017
  • 8 min de leitura

Dizem que quem sobrevive à Índia, está preparado para qualquer viagem.

O país é confuso, repleto de gente em cada canto, o tráfego é diversificado entre carros, camiões, pessoas, tuktuks, carroças e animais. A língua é estranha e gritante, os locais vão olhar fixamente para ti e pedir para tirares selfies com eles.

Às vezes sentes-te uma estrela, outras vezes parece que estás no Zoo, mas do lado de dentro da jaula.

Para as meninas, é importante irem vestidas a rigor. Joelhos e ombros tapados, sempre.

As estradas não têm qualidade, prepara-te para uma montanha russa constante, em que 40 km podem significar 2h de viagem. Sanitas e papel higiénico é algo raro. Por isso, aproveita quando encontrares! As pessoas são amigáveis, algumas em demasia. Rapidamente vais perceber para quem podes ou não sorrir de volta.

E basicamente é isto. Neste How to Travel tentei acima de tudo partilhar as melhores formas de percorrer o país de Norte a Sul. No meu caso, 6 semanas, 11 cidades, 800 euros. Fiquei abaixo do meu orçamento de 25 euros por dia e fiz algumas loucuras em dias especiais. A Índia é um país barato.

É importante ter presente que em lado nenhum existe informação sistematizada, portanto o contacto com os locais é imprescindível.

No final, o melhor conselho é: planeia bem o teu roteiro mas sempre com alguma flexibilidade. Planear garante-te mais segurança e os atrasos (às vezes cancelamentos) são comuns, o conceito de tempo é relativamente diferente do nosso.

Viajar de...

--> Autocarros & Comboios

Autocarros locais: pertencem ao governo, são baratos e fáceis de compreender. É uma boa forma para deslocação dentro das grandes cidades. Basta perguntar a um local na rua para descobrir a paragem e depois cada autocarro que passa perguntar pelo nosso destino. Entra pela porta de trás e agarra-te bem de imediato. O revisor vai ter contigo para pagares o bilhete e nessa altura pede-lhe para te avisar quando for a tua paragem.

Autocarros de longo curso: privados, alguns muito bons outros em que consegues sentir o pó no ar. Para horários e compra de bilhetes basta descarregar a app REDBUS. Caso não consigas comprar bilhetes online por aqui (nenhum dos meus cartões funcionou) podes fazê-lo através de uma agência de viagens em cada cidade, cobram apenas mais 50 ou 100 rupias pelo serviço (entre 0.70€ e 1.5€) e facilitam muito.

Comboios locais: pertencem ao governo, são baratos e fáceis de viajar. Em hora de ponta podem ficar tão apinhados que os teus pés saem do chão e és levado pela multidão. Há pessoas que até perdem os sapatos. É uma boa forma de viajar dentro de grandes cidades. Compra sempre bilhete porque há muito controlo. Especificamente na cidade de Mumbai o comboio tem uma aplicação específica M-INDICADOR onde podes ver o mapa e os horários. A app descarrega automaticamente uma segunda aplicação para casos de emergência ligados a assédio sexual a mulheres. Os comboios têm carruagens exclusivas para mulheres. Aconselho, principalmente em hora de ponta.

Comboios de longo curso: pertencem ao governo, são relativamente confortáveis e os bilhetes podem ser adquiridos no ticket office de cada estação ou através de uma agência de viagens. Para grandes viagens é mais cómodo que o autocarro pois além de ter restaurante e vendedores de comida têm também uma casa de banho sempre disponível. Em National Train Enquiry System Indian Railways podes clicar em "Spot your train" para encontrares o teu comboio.

Nota: Pede sempre a um local para te indicar quando for a tua paragem, nem nos comboios nem nos autocarros existe qualquer indicação de qual a estação onde estão, por isso é fácil falhar. Ambos existem em versão sleeper, para poderes dormir em viagens nocturnas longas. O comboio tem camas individuais, o autocarro individuais ou duplas (com mais privacidade). Mantém sempre os teus bens debaixo de olho.

--> Tuktuk

Sem dúvida a melhor forma de transporte dentro das cidades, para distâncias demasiado grandes para percorrer a pé. Os tuktuks ou "Riksha" como chamam na Índia, nem sempre conhecem bem a cidade (recomendo usares o Google Maps para lhes explicar). Há que regatear o preço (são raros os tuktuks com taxímetro), geralmente divide por 4 o preço inicial deles e negoceia o máximo possível. Os tuktuks maiores (cerca de 6 pessoas) são chamados de Tamtam.

Dica para as meninas, se por acaso tiverem de se sentar no banco da frente junto do condutor (não existem mulheres a conduzir tuktuks), coloquem os braços ou a vossa mochila sobre o peito. Muitas vezes o condutor roça "acidentalmente" o seu cotovelo no nosso peito enquanto conduz.

--> Táxi / Uber / OlaCabs

Táxi é o mais caro dos transportes, só aconselho em extrema necessidade e não acho seguro. A UBER funciona na maioria das cidades, é mais barato e mais seguro. A OLACABS é uma aplicação praticamente igual à UBER e por vezes mais ainda em conta. Ambas têm a opção de pagar em dinheiro.

--> Carro / Mota

Na Índia conduz-se pela esquerda, o que só por si já complica bastante. O tráfego na maioria das cidades é infernal e sem regras. Ultrapassagens a toda a hora, linhas contínuas como se não o fossem, muitos veículos em contra mão. Não aconselho de todo o aluguer de carro/mota/scooter na maioria das grandes cidades. No entanto, se tiveres experiência a conduzir mota/scooter e estiveres numa cidade mais tranquila em termos de trânsito, porque não. A polícia não costuma implicar com os turistas.

€€€

Os autocarros de longo curso custam em média 700 rupias. O comboio de 35h até Amritsar ficou por 1800 rupias. Autocarros e comboios locais o bilhete varia entre 15 rupias e 70 rupias. O passe mensal do comboio em Mumbai é de 370 rupias. Tuktuks podem ser negociados preços inicialmente ou por taxímetro, negociando bem o valor é o mesmo ou mais baixo. Táxi é mais caro que UBER ou OLACABS, por vezes estas aplicações dão preços mais baixos do que aquilo que os tuktuks pedem, por isso não custa nada verificar. O combustível é barato, os carros têm de ser abastecidos nas Bombas de Abastecimento enquanto que a mota podes abastecer tu, comprando uma garrafa de 1L de combustível numa loja normal de estrada. Custa menos de 1€ o litro.

Comer

As comidas da Índia são de ficar com a boca anestesiada. Não só pelo prazer de sabores completamente novos mas também pelo nível de spicy que por vezes apanhamos. O conceito de higiene é bem diferente do nosso. Comi muita muita muita comida de rua e ... aconselho! Podes optar por restaurantes locais em vez das inúmeras caravanas de comida, isso deverá manter-te a salvo de problemas de estômago e intestino.

No país das especiarias, o picante está sempre presente. Se não te agrada malagueta e chilli, pede sempre "no spicy". Será na mesma picante, mas muito muito menos. Podes sempre pedir um pouco de Kurd (iogurte típico) e misturar, ajuda muito! Relativamente ao estilo de comida, carne vais encontrar apenas galinha, a maioria da comida é vegetariana. A maioria dos restaurantes serve comida indiana, mas consegues encontrar restaurantes de cozinhas do mundo.

Alguns dos meus pratos preferidos e obrigatórios a experimentar:

* Roti / Chapati / Paratha: todos uma espécie diferente de pão e com inúmeras possibilidades de recheio * Caril: de todas as formas e feitios - Chicken, Veg e Cashew são divinais * Dosa: género de um crepe extremamente fino com recheio à escolha * Pav Bhaji: Pav é um pão extra fofo frito em azeite, apresentado com um molho de tomate e cebola, picante * Papad: género de nachos mas de modo indiano

Existem inúmeros doces a provar, os ladoos são para mim os melhores. Existem milhares de variações entre doces secos e húmidos. Kulfi Faluda é o gelado típico da Índia, em que só os ingredientes já assustam, leva noodles, sim noodles!

€€€

Uma refeição completa pode ir de 150 a 800 rupias indianas, depende do tipo de comida e ingredientes que quisermos. Por 300 rupias faz-se uma refeição muito boa com caril, bebida e sobremesa. A comida é muito barata o que é óptimo para quem gosta de experimentar. Prova tudo quanto a tua barriga e carteira aguentem, os sabores são realmente uma das experiências mais incríveis deste país.

Beber

Na verdade a causa geral de todas as intoxicações alimentares é o consumo de água inadequada. É importante beber sempre água engarrafada, sempre e sem excepção! Comprar fruta laminada na rua é extremamente tentador mas por favor compra a peça inteira e descasca com a tua faca, ou lava primeiro com água engarrafada. No início nem os dentes lavava com água da torneira mas depois fui facilitando e correu tudo bem.

Além do sumo de lima que se vende em qualquer esquina, prova um lassy de qualquer sabor. É uma espécie de batido mas feito com iogurte.

€€€

Uma garrafa de água de litro e meio (chamam "Bisleri" à água porque é o nome da marca mais conhecida) custa normalmente 20 rupias, em sítios turísticos pode duplicar ou triplicar.

Dormir

Uma cama e uma casa de banho (western or indian) vais sempre encontrar, mas há conceitos básicos para nós que na Índia náo se aplicam. Água quente é algo raro, bem como um chuveiro normal, eles utilizam 2 baldes para o efeito. Se isto é indispensável para ti, confirma com o Hotel/Hostel/Guest House antes de reservares. Geralmente a utilização de ar condicionado e aquecedores é paga à parte. Utilizei o booking.com durante toda a viagem. Reviews sempre superiores a 8. Geralmente todos os sítios têm serviço de lavandaria. Se não quiseres gastar dinheiro, podes lavar diariamente e secar na tua própria corda. Wifi é algo que nem sempre funciona bem, apanhei muitos hosteis que indicavam ter wifi e quando lá cheguei nada de sinal.

€€€

Cada noite ficou sempre abaixo dos 10 euros por pessoa, quer fosse um quarto individual para 2 ou uma cama em beliche em dormitórios. Facilmente se inclui pequeno almoço neste valor.

Nota: Para casais não casados é possível que seja pedida a certidão de matrimónio para partilhar o quarto.

Dinheiro/Cartões

Em todas as cidades se encontra facilmente ATMs e bancos, aceitam geralmente VISA e MasterCard. Dependendo do banco detentor do ATM e do cartão que usas pode ser cobrada uma comissão de levantamento pelo banco da Índia, além da taxa que o teu banco te cobra. Trocar dinheiro é mais aconselhável em lojas de rua porque o câmbio é geralmente melhor. Perguntar a um local é a melhor forma pois as lojas nem sempre são o que parecem. Como a Índia foi o primeiro país da minha viagem, levei 500€ em dinheiro para trocar, evitando assim gastar em comissões para levantamento (o meu banco cobra cerca de 11 euros por cada levantamento que faço). Senti-me segura com tanto dinheiro na carteira na mesma, se fosse hoje teria levado mais para evitar levantamentos.

Segurança

Este é um tema ainda muito preocupante na Índia. Como homem, sem problemas. Como mulher ... precisas de algumas medidas! Vestimenta modesta, ombros e pernas cobertas. Eu nunca usei o hijab porque vai demasiado contra os meus valores, mas se "conseguires", aconselho. Aliança no dedo por favor e para exibir ao mundo, facilita muitas situações. Nunca digas que estás sozinha, estás sempre no caminho para ir ter com o teu marido.

Relativamente a violência ou roubos no dia-a-dia não assisti a nada em especial. Num dos sleeper buses em que viajamos roubaram-nos uns ténis e uns chinelos, alguma alma que precisava mais deles do que nós pensamos no final. Na Índia há muitas excursões de turistas, nunca o fiz, mas passou-me pela cabeça arranjar um autocolante como eles têm a dizer "Group Tour" para pensarem que estou inserida num grupo e não sozinha.

Dicas de Ouro:

- Aprende as palavras essenciais em Hindi, podem tornar uma negociação bem mais fácil * Namaste = Olá * Shukrien = Obrigada - Google Maps: descarrega zonas offline para poderes aceder ao mapa sem gastar dados móveis. Dá imenso jeito para te orientares pelo GPS quando precisas de saber se estás a chegar à tua estação. - Dados móveis: um sim card Vodafone com 10GB de Internet válido durante 28 dias custa cerca de 20 euros e podes adquirir em qualquer loja da marca. Apanhas sinal em praticamente todo o lado.

Abaixo, alguns momentos da "minha Índia", em 8 minutos :D


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