Jakarta | Uma cidade "Se puder, fuja!"
- Mariana Trigo
- 26 de abr. de 2017
- 5 min de leitura

Nem sei por onde começar a descrever todo o episódio que passei em Jakarta. Cheguei ao aeroporto de manhã, depois de uma noite inteira no aeroporto de Singapura. Ao esperar pela bagagem começo a verificar quanto ficar o transporte até ao hostel com a UBER e descubro que ali existe UBER MOTO, basicamente o mesmo serviço mas de mota em vez de carro. Pergunto a uma rapariga local se é seguro, ao que ela me responde "Bem, se não te preocupares muito com a tua segurança...". Pois, não sei bem o que as pessoas estão à espera que faças quando fazem uma observação destas.
Peguei na minha mochila e arranquei à procura do meu carro UBER. Encontrei-o 15 depois da hora marcada, uma confusão para perceber o local em que ele estava.
Cheguei ao hostel pelas 10h da manhã, quase sem dormir e cheia de dores de costas e pescoço como recompensa de tentar dormir nas cadeiras do aeroporto na noite anterior. Como as coisas podem sempre ficar pior quando viajas, ainda não era possível fazer o check-in e ir descansar, todas as camas estavam ainda ocupadas. Dormi por ali nos sofás e 3h depois lá me arranjaram um quarto.

O hostel era fantástico, foi realmente o ponto alto da minha passagem por Jakarta. Um dormitório feminino de apenas 4 camas. Um género de mini quartos dentro do quarto. Com luz, tomada e ventoinha privada. E ainda curtina para maior privacidade e o cacifo ali mesmo ao lado. Depois de todas aquelas horas de extremo cansaço dormi o resto do dia e só me levantei mesmo porque o meu estômago pediu, caso contrário só acordava na manhã seguinte.
Desculpem a repetição. Como as coisas podem sempre ficar pior quando viajas, quando fui buscar o pijama à mochila apercebi-me que o cadeado de código já não estava nos fechos. Aliás, nem os fechos lá estavam. Dos 4 fechos principais, partiram 2, provavelmente foi mais fácil do que partir o cadeado. No tecido havia 2 buracos, uma espécie de queimado ou rasgado. Do lado esquerdo o encaixe que permite que a mochila fique mais compacta também estava partido, bastava desencaixar para roubar algo por amor de deus!
Mesmo assim, ainda dava para fechar o bolso principal com os 2 fechos restantes. No meio de toda a confusão tive uma imensa sorte porque arrisquei levar as duas câmaras fotográficas dentro da mochila e não me roubaram nenhuma! Sorte a minha de estarem no meio da roupa e provavelmente os ladrões não deram conta. Tirar sempre o ponto positivo de cada história, fica a lição.

Os 2 dias que se seguiram (mentira, foram 3 dias na verdade mas o 3º foi passado inteirinho no hostel a escrever coisas. Entre elas este post) visitei a cidade antiga, Kota, 5 museus e fui até ao monumento nacional - MONA'S - no Car Free Day. Já tinha visto alguns Vlogs de todos os sítios e principalmente deste dia especial em que toda a gente sai à rua para passear nas ruas onde diariamente passam milhares de carros misturados com triliões de scooters. A realidade, absolutamente nada de especial. Pessoas locais a andar pelas ruas como se de qualquer outro dia se tratasse.
Cerca de 500 selfies com estranhos simplesmente porque sou estrangeira fizeram-me sentir no Jardim Zoológico, mas do lado de dentro da jaula. E depois dos 1500 Hellos de homens aleatórios com sorrisos parvos na cara, está na hora de regressar a casa que já é de noite.
Jakarta foi realmente uma cidade que me desiludiu. Não encontrei nada que me agradasse verdadeiramente. As pessoas não são acolhedoras, a cidade cheira muito mal e o trânsito é caótico. Para atravessar a rua basta imitar alguém que quer morrer atropelado e acreditar que os carros vão abrandar. O meu conceito de "passear pela cidade" ficou um bocadinho destruído à medida que ia caminhando pelos passeios, quando há passeios, e via as ratazanas por baixo das pedras. Na verdade, devia ter confiado em todos os blogs de viagens brasileiros que diziam "Se puder, fuja!". Mas como já tinha voo marcado e eram apenas uns dias, decidi experimentar. Fica a dica da realidade para a tua própria viagem, aprende com os erros dos outros ;)
Deixo-te com O Meu Roteiro
Podes ver o mapa aqui ou clicando na imagem abaixo.
Transporte: dependendo do local onde ficares hospedado podes ir a pé para alguns dos principais atractivos da cidade. Aconselho a zona da cidade antiga, é a mais engraçada para passar o dia. Existem autocarros públicos que podes usar, basta comprares um cartão recarregável e ir carregando (os carregamentos são no mínimo de 20 000 rupias).
Estadia: The Packer Lodge
Sítios os visitar: * Kota - cidade antiga e uma das praças principais * National Museum * National Monument - MONA'S - Domingo é um bom dia para fazer a visita porque é dia sem carros * Museum Bank Mandiri * Museum of Fine Arts and Ceramics * Jakarta History Museum * Wayang Museum - Museu das Marionetas
Um curto e sucinto How to Travel
VIAJAR DE...
Autocarro: barato e simples. Podes comprar o cartão na estação ou pedir no teu hostel. O valor mínimo a carregar é de 20 000 rupias e leva-te a todo lado. Dentro do autocarro a frente é geralmente reservada para mulheres. Existe sempre uma pessoa do staff a indicar a estação em que estás e um altifalante a indicar a próxima estação. As pessoas não falam inglês mas com umas palavras curtas chegas ao destino.
UBER/ GRABCAR/ BLUE BIRD: as plataformas são semelhantes. UBER e GRABCAR não são oficiais porque ainda não estão legalizadas. Eu utilizei na mesma e foi tranquilo. A BLUE BIRD é a companhia oficial e a mais bem cotada. Vais ver os taxis azuis por toda a cidade, tem apenas cuidado com os que são semelhantes, pintados de azul mas com nomes como "Silver Bird". Atenção que tens sempre de pagar à parte as portagens e o estacionamento, mesmo que estejas a pagar online na plataforma, há sempre um extra. A própria aplicação deve indicar-te esse extra.
COMER & BEBER
Há alguns restaurantes com um estilo mais moderno onde podes comer comida local como Chicken Satay mas também comida ocidental. Um prato mais bebida ronda as 90 000 rupias.Se optares por restaurantes mesmo locais o melhor é preparares-te para comeres coisas que não sabes o que são. Um prato com arroz e um número infindável de opções estranhas num primeiro olhar custa cerca de 25 000 rupias. Uma pechincha para ficar de barriga cheia!
DORMIR
Se precisas de acomodação em Jakarta é porque incluíste esta cidade na tua rota. Espero que apenas por 1 ou 2 dias. Como no meu ponto de vista a cidade não é minimamente atractiva, escolher um bom sítio onde dormir é essencial. Existem desde hostéis abaixo de 10 euros por noite até hóteis luxuosos de cadeias conhecidas internacionalmente.
DINHEIRO/CARTÕES
Existem imensos ATMs por todo o lado, o acesso é simples.
SEGURANÇA
Não me senti muito segura na cidade. A abordagem masculina é muito forte e chovem pedidos para tirares selfies com os locais. Alguns são tranquilos, outros nem tanto, é preciso estar atento. Há muitos estudantes nas praças principais a fazerem inquéritos aos turistas. São trabalhos de casa da escola de forma a praticarem o inglês, com estes alunos é seguro manter uma conversa e fazer algumas perguntas sobre o país ou a cidade.
DICAS DE OURO:
- Google Maps: descarrega o mapa da cidade offline para que possas saber onde estás sem necessidade de dados móveis. - Cartão SIM: se ficares algum tempo na Indonésia podes comprar um cartão SIM com dados móveis. Custa cerca de 75 000 rupias o cartão com 1GB de internet, com a duração de 1 mês. - UBER/GRAB CAR/BLUE BIRD: se usares alguma das plataformas partilha a tua viagem com família/amigos.
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